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Santa Casa celebra 424 anos de fundação

A Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande celebrou no passado dia 4 de março, os 424 anos da sua fundação, numa cerimónia solene em que a Mesa Administrativa homenageou não só os Provedores da Instituição nas últimas décadas, pelo assinalável e insubstituível trabalho levado a cabo nos últimos anos, como os membros da anterior Mesa, Maria Elvira Machado de Melo e Nelson Janeiro, num agradecimento público simbólico de grande significado para a nossa misericórdia.

Por outro lado, foram igualmente homenageados, os funcionários da Instituição que perfizeram 25 anos ao serviço da Santa Casa, em gratidão pelo trabalho denodado, em prol dos muitos utentes e carenciados, muitos deles sem família e sem ninguém para cuidar deles.

A Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande foi criada em 28 de Fevereiro de 1593, por alvará do Rei Filipe I de Portugal, Filipe II de Espanha, o qual foi precedido da autorização episcopal, dada pelo Bispo Manuel de Gouveia e concedida em Angra do Heroísmo a 14 de Fevereiro daquele ano e constituída na ordem canónica, com o objectivo de praticar a solidariedade social em diversas vertentes. De acordo com o Provedor, Nelson Correia, no seu discurso para assinalar o evento, afirmou que o apoio do Governo Regional tem sido imprescindível para que a Misericórdia desempenhe eficazmente o seu papel em prol dos mais carenciados da sociedade.

No entanto, o contributo governamental não satisfaz na íntegra as necessidades de financiamento indispensável à intensa ação social levada a cabo, mesmo contando com a colaboração pontual da Câmara Municipal da Ribeira Grande, apoios estes que não são suficientes para atingir os objectivos a que se propõe. Nelson Correia adiantou que em 2015 a Misericórdia teve resultados negativos em cerca de 350.000€, diminuindo para 308 000€ em 2016, fruto da redução dos custos, sobretudo na área do pessoal, num orçamento anual de 5.8 milhões de euros. Para cobrir tal défice, o Provedor afirmou que a Santa Casa tem recorrido sistematicamente aos proventos da Farmácia e aos arrendamentos das propriedades, como fontes de financiamento para suprir os deficits na área social.

Foi convidado para a sessão comemorativa o Padre Vítor Melícias que proferiu uma conferência subordinada ao tema “O papel das Misericórdias e a sua sustentabilidade” e num brilhante improviso empolgou a assistência pelo seu saber e capacidade de comunicação. Com um longo percurso na área da solidariedade social, o Pe. Vítor Melícias defendeu que é preciso uma moral de Misericórdia em oposição à globalização da indiferença. O avanço da globalização económica promove a degradação das condições de vida de grande parte da população, denunciando que a diminuição do défice financeiro está a ser feita à custa do aumento da dívida social.

Neste mundo com tantos conflitos, é urgente que se concretize, sobretudo em obras, as 15 obras da misericórdia, as quais incluem agora com o Papa Francisco o respeito pela ecologia. No entender daquele Frade Franciscano, a economia e os pobres têm que ser opção prioritária das Misericórdias sobre a finança e estas Instituições executam diariamente a solidariedade humana com ações em várias frentes, constituindo uma rede institucional e solidária muito importante, realçando o facto das famílias estarem a ser instrumentalizados pelos interesses financeiros dos mercados, em que economia e a política estão reduzidas a mero serviço da finança.

Para o Pe. Melícias, as Misericórdias são agentes de economia social emanadas da sociedade civil, reconhecidas canonicamente e a sua autonomia deve ser respeitada pelo Estado que deve provê-las dos instrumentos financeiros adequados, pois os governos que arrecadam os impostos têm a obrigação de os distribuir com equidade. A cerimónia ficou concluída com o descerramento no Salão Nobre da Santa Casa das fotografias dos antigos Provedores Pe. Edmundo Pacheco, Plínio Pontes e João Cabral de Melo.

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